O governo finalmente mudou o discurso e já admite a necessidade de o país racionalizar o consumo de energia. Depois de reunião no Ministério do Planejamento, ontem, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, recomendou aos brasileiros que poupem eletricidade.
O gesto, contudo, chegou tarde. Com a escalada das tarifas no ano passado e o aumento de mais de 30% previsto para 2015, o consumidor já foi obrigado a adotar medidas para depender menos do insumo.
Como o governo reluta em promover um plano nacional de racionalização, se limitando a recomendar a redução do consumo, especialistas sugerem medidas simples para amenizar o aumento das tarifas, que consumidores assustados com os recentes reajustes já começam a adotar.
O professor da Universidade de São Paulo (USP) Célio Bermann diz que, para diminuição do impacto dos reajustes, será preciso reduzir o uso de eletrodomésticos, com destaque para o chuveiro. "Mas esse equipamento tem peso de 10% na conta, bem menor que um eventual reajuste de 30%", observa.
Para ele, a dificuldade é manter a mesma qualidade de vida. "Para economizar, o brasileiro terá de abrir mão de alguma coisa, mudar o estilo de vida. É isso que vai determinar a economia de energia", disse. No verão, por exemplo, o ar condicionado acaba se tornando um dos grandes vilões na hora de pagar a conta.
Por isso, a planejadora financeira Myrian Lund sugeriu cortar justamente o ar condicionado. "É o aparelho que mais gasta dentro de casa", garantiu.
Outra alternativa é prestar atenção na eficiência energética dos produtos. É importante que as pessoas observem na hora da compra o selo de eficiência do produto, o chamado Procel, do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. “Desligar os equipamentos que ficam em stand by é outra medida eficiente. A redução é pequena, mas quando soma tudo, faz diferença".
A troca de lâmpadas incandescentes por opções de LED é uma atitude que diminui o desperdício. "Elas são mais caras, mas têm maior vida útil e geram uma economia significativa na conta. Pode chegar até uns 20%", explicou a planejadora financeira.
Evitar o desperdício também na hora de lavar e passar roupa pode ajudar. "Juntar mais roupas e lavar tudo de uma vez é melhor do que ligar a máquina várias vezes", recomendou Myrian. O ferro elétrico e a máquina de lavar louças seguem o mesmo princípio: acumular mais para usar o mínimo de vezes possível.
Se todas as dicas forem seguidas, a redução na conta pode chegar a 50%, de acordo com os especialistas, e é justamente essa economia que os consumidores buscam para contornar os altos reajustes.
Por Estado de Minas
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