Em ano de crise, o que não deve faltar para atrair o consumidor no fim de ano são as grandes liquidações, sejam físicas ou online, que devem antecipar as vendas do Natal.
E o festival de liquidações começa com a 11.11 do AliExpress, que acontecerá no próximo dia 11. Depois, vem a Black Friday, que envolve lojas de todo o varejo brasileiro, no dia 27 de novembro.
De acordo com a ClearSale, que verifica e faz autenticação de 85% das compras feitas na internet na Black Friday, as vendas do comércio eletrônico devem ter neste ano a menor expansão desde que a data promocional estreou no Brasil, em 2010. Entretanto, ainda assim, a expectativa é que os negócios registrem expansão de 12% e cheguem a R$ 978 milhões. No ano passado, cresceram 105%.
Marcelo Barbosa explica que a empresa que promete desconto – mas não o concede de fato – está praticando publicidade enganosa, que é vedada pelo Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 37. “Se comprovada, o consumidor tem direito de rescindir o contrato e receber o dinheiro de volta e a empresa pode ser multada”, informa o advogado.
Ele aconselha o consumidor, além de pesquisar e monitorar o preço do produto que pretende adquirir antes das liquidações, a ser precavido na hora de comprar. “Veja se o site é de confiança, se tem telefone de contato e endereço físico. Não compre acessando de e-mails que foram enviados. É melhor ir direto ao site”.
Outro cuidado, conforme o coordenador do Procon Assembleia, é guardar a oferta, seja de um folder ou mesmo dar um print da página da internet que informe a oferta. “Assim, o consumidor tem uma prova, caso se comprove que a oferta não é de fato uma oferta. É importante ter um histórico do valor do produto”, observa.
Ele também lembra que nas compras de sites internacionais, o valor da compra em dólar é calculado no dia do fechamento da fatura do cartão. “Em tempos de dólar alto, todo cuidado é pouco”.
Armadilha do apelo estoura orçamento
Apesar do apelo das promoções que, num primeiro momento podem parecer um ótimo negócio, o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, diz que, além de acompanhar os preços antes da data estipulada pelas promoções, o consumidor precisa ter cautela. “Antes de comprar, é preciso analisar se há recursos financeiros suficientes para não comprometer o orçamento. Depois, pensar se o produto é de fato necessário”, diz.
Ele frisa que o país está em crise. “Vivemos um novo momento na economia e no consumo. O consumidor, mais do que nunca, precisa valorizar o seu dinheiro”, orienta o advogado.
Para ele, se o consumidor estiver com dívidas, a prioridade deve ser o pagamento delas. E é o que a maioria deve fazer ao receber o 13º, segundo pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
O levantamento da entidade mostrou que 74% dos brasileiros pretendem utilizar o abono natalino para pagar dívidas já contraídas. O número representa crescimento em comparação com 2014, quando 68% desejavam usar os recursos para quitar débitos.
Por O Tempo