Depois de um início de inverno marcado por temperaturas baixas em Guanhães e região, as máximas voltaram a subir chegando aos 27°C. No entanto, as mínimas ainda continuam baixas, e podem atingir os 11ºC nesta semana, o que indica uma amplitude térmica diária grande.
A amplitude térmica é a diferença entre as temperaturas máximas e as mínimas, e quando ela é grande pode causar um grande impacto no organismo humano.
De acordo com cientistas o clima tem um efeito profundo sobre a saúde e o bem-estar, sendo associado desde mudanças nas taxas de natalidade a surtos de pneumonia, gripe e bronquite. Nos mais velhos, a amplitude térmica pode até mesmo levar à morte.
No frio, o corpo gasta mais energia para se manter aquecido, o que acaba reduzindo a capacidade de defesa do organismo. Além disso, ambientes fechados, com grande quantidade de pessoas, facilitam a transmissão de vírus.
Mudanças bruscas de temperatura também costumam deixar as pessoas com imunidade baixa, aumentando o risco de doenças sobretudo para crianças e idosos.
Num estudo, pesquisadores da Universidade de São Paulo testaram a influência de mudanças bruscas de temperatura em pacientes com e sem rinite alérgica crônica. Eles foram colocados, em sessões alternadas de 30 minutos cada, numa câmara a 14°C e em outra a 26°C.
Os resultados apontaram que quem sofre de rinite alérgica tem mais chance de desenvolver sintomas respiratórios e oculares quando exposto a alterações repentinas de temperatura. Os pacientes com a doença relataram coceira e ardor nos olhos, além de falta de ar. A oscilação dos termômetros foi simulada com ar condicionado.
Segundo Carlos Carvalho, professor de Pneumologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, as vias aéreas são preparadas para permanecer numa temperatura constante. Por isso, mudanças bruscas de temperatura podem gerar irritação, mesmo em quem não sofre de asma e rinite.
Em períodos marcados por mudanças de temperatura e dias secos de inverno, é essencial beber bastante água para ajudar a manter úmido o muco que protege as vias respiratórias. Além disso, é recomendável se alimentar e dormir bem, se agasalhar e deixar o ar circular em locais fechados.
Também há indícios científicos de que o clima pode afetar o humor, para além do desânimo comum diante de um céu nublado ou chuvoso. O chamado transtorno afetivo sazonal é um tipo de depressão que geralmente se manifesta no outono e no inverno.
Nas estações mais frias, os níveis de melatonina e serotonina – que regulam o humor e o sono – podem ser afetados, levando à depressão. Por isso, as pessoas que vivem em climas frios são mais propensas a desenvolver o transtorno afetivo sazonal, devido ao menor número de horas de luz solar durante o outono e o inverno.
Um estudo recente também sugere que temperaturas mais altas ou mais baixas podem afetar nossa capacidade de tomar decisões complexas. E neste quesito, o clima frio parece ser mais vantajoso. Segundo reportagem de uma revista americana, é mais fácil tomar uma decisão no Alasca do que na Flórida.
Por Folha com Agências