De acordo com a Companhia, o uso de cerol - uma mistura feita com cola e vidro para cortar a linha de outras pipas no ar - contribui bastante para estas interrupções de energia, já que acabam rompendo os cabos quando entram em contato com a rede elétrica. Além disso, muitos curtos circuitos são provocados pela tentativa de retirada de papagaios presos aos cabos.
Segundo o engenheiro de tecnologia e normalização, Demétrio Venício Aguiar, alguns adeptos da atividade já começaram a utilizar um cabo cortante ainda mais potente que as linhas com cerol. Se trata da "linha chilena". “Esse tipo de linha é muito mais cortante do que o cerol comum, e infelizmente é possível adquirir este material de origem estrangeira pelo mercado paralelo e até pela internet”, disse o engenheiro.
Outros riscos
Além dos problemas causados nas redes elétricas, as linhas cortantes representam um risco também para a vida de outras pessoas. No ano passado, um acidente fatal envolvendo linha de pipa foi registrado no Estado. Já em 2011, a Cemig registrou dois acidentes com vítimas de ferimentos causados por papagaios, e em 2010, foram dois registros, sendo que uma das vítimas acabou morrendo.
Ainda segundo o engenheiro, a maioria dos acidentes acontece quando o papagaio fica preso na rede elétrica e as crianças tentam retirá-lo utilizando materiais condutores, como pedaços de madeira ou barras metálicas. O contato com a rede elétrica pode ser fatal, além do risco de queda em função do impacto causado pelo choque elétrico. Nesses casos, as consequências mais comuns são traumatismos causados pelas quedas e queimaduras graves causadas por choques.