“Óleo de coco emagrece”. “O de canola faz mal à saúde, prefira azeite”... Muitas são as informações encontradas na internet, mas nem sempre elas têm fundamentos. Por isso, especialistas alertam: cuidar da alimentação vai muito além de jogar palavras-chaves em sites de buscas, principalmente quando o objetivo é saúde.
O exemplo mais recente do desencontro de informações ocorreu no final do mês passado, quando o debate em torno dos supostos malefícios do óleo de canola foi reacendido nas redes sociais. De um lado, há quem defenda a substância e a inclusão dela no lugar do produto de soja. De outro, os que condenam a ideia.
“O óleo de canola é polêmico por causa do processo de obtenção dele, que vem da modificação genética da colza (planta de cujas sementes se extrai o azeite de colza). Mas ele tem uma composição muito parecida com a do azeite e, por isso, falam que ele é muito bom”, explica a professora do curso de nutrição do UniBH Tânia Silveira, doutora em Ciência do Alimento.
Equilíbrio
Segundo ela, o óleo de canola é rico em gordura insaturada, considerada boa para o consumo, já que possui ligações duplas de carbono, o que facilita a quebra das moléculas pelo organismo. Mas, se a comparação for com o produto derivado da azeitona, Tânia é enfática. “Entre ele e o azeite, o segundo, com certeza, é muito melhor”.
Para quem não abre mão de utilizar óleos, a dica é clássica: use com moderação! De acordo com a nutricionista e pesquisadora Larissa Lovatto, não existe óleo vegetal ideal, já que todos são de boa qualidade. O conselho dela é que seja feito um rodízio no consumo.
“Assim, a pessoa vai recebendo todos os nutrientes, porque um óleo tem mais presença de determinada coisa do que o outro. Não faço recomendações específicas, apenas que as frituras sejam feitas com óleo de soja, que tem o ponto de fumaça maior (temperatura máxima que o produto atinge sem sofrer degradação)”, explica a especialista.
De acordo com a nutricionista Gleiciane Almeida de Lima, especialista em nutrição clínica e terapia nutricional, o polêmico óleo de canola é indicado para tempero de saladas, para refogar alimentos e nas situações em que o produto não for muito aquecido, assim como o azeite. Para frituras, nunca, já que as altas temperaturas levam à oxidação do óleo, o que aumenta os riscos de doenças cardiovasculares.
O óleo de girassol deve ser usado sem exagero. “Ele estimula o processo inflamatório, portanto, não deve ser consumido em excesso. Também é indicado para tempero de saladas, mas não frequentemente”, afirma Gleiciane.
Lado positivo
Mais comum na mesa do brasileiro por ser vendido mais barato do que os demais, o óleo de soja tem menos contraindicações, e pode ser empregado nos preparos fritos, desde que não sejam ultrapassados os 180 graus.
Por Hoje em Dia/ Edição Folha