Desespero e indignação são os sentimentos dos usuários que procuram por atendimento médicos em seus PSF’s nesta quarta-feira (20), mas tiveram que voltar para casa.
As inúmeras reclamações começaram logo cedo na redação do Jornal Folha de Guanhães. Uma mãe que pede para não ser identificada, pois teme ser prejudicada, conta que as duas filhas ficaram doentes e não sabe o que fazer.
“Elas tiveram febre durante a madrugada. Umas delas foi medicada em casa e a febre cessou, mas a outra continua. Mas não adianta levá-las no hospital, pois não serão atendidas, já que não estão com febre alta no momento. Eu não posso mais medicá-las, pois preciso que a febre fique alta pra conseguir atendimento no Pronto Socorro”, desabafa a mãe.
Em busca de mais recursos, a mãe ainda tentou em outras unidades de saúde e descobriu que nesta quarta, nenhum PSF tem médico. “Eles têm que dar um jeito, pois uma população inteira está ficando prejudicada com esta falta de médico”.
E esta não é a única mãe preocupada. Maria Geralda Miranda precisa de um médico para dar a ela uma receita para o filho. “Meu filho não pode ficar sem o medicamento e desde ontem eu vou ao PSF e não tem médico para me atender. A gente fica desesperada, pois não temos nem pra onde correr”, conta a mãe que é usuária do PSF do Bairro Milô.
Na mesma unidade é também usuária, Richelle Rodrigues, que chegou à redação da Folha com uma filmagem mostrando a atual situação do PSF: pessoas esperando e ninguém sendo chamado. “Eles avisam que vai ter médico uma vez por semana e só tiram 15 fichas. Tem gente que chega às cinco da manhã e ainda recebe a notícia de que o medico não vai trabalhar”, reclama.
Maria da Conceição Horta é outra paciente cansada de procurar por médico. Segundo ela, desde segunda-feira (18), não consegue atendimento. “Na segunda, eu fui num PSF e disseram que teria médico hoje no Milô. Levantei de madrugada e cheguei lá não era 6h e já tinha oito pessoas na minha frente. Foram feitas as fichas, fiquei até quase 10h e o médico não chegou. A enfermeira só soube que ele não iria porque ligou na secretaria. Por que ninguém avisou?”, questiona.
No hospital, a resposta para o atendimento também foi negativa, segundo Maria da Conceição. “No hospital disseram que meu caso era de PSF. E agora? O que estão fazendo é uma falta de humanidade”.
O dia sem médico não foi justificado pela Secretaria Municipal de Saúde. Fizemos contato, mas os responsáveis não estavam e também não retornaram à nossa ligação.
Por Samira Cunha