Todos os dias, 367 mulheres sofrem algum tipo de agressão em Minas, o equivalente a cerca de 14 vítimas por hora. O dado, referente a 2016, consta no Diagnóstico de Violência Doméstica e Familiar nas Regiões Integradas de Segurança Pública de Minas Gerais e alerta para o índice ainda elevado de ataques físicos, psicológicos, sexuais, morais e patrimoniais praticados contra mulheres no Estado.
O estudo foi publicado pelo Centro Integrado de Informações de Defesa Social do Governo de Minas e revela que, apesar da queda de 2% em relação a 2015, 126.710 registros de violência doméstica e familiar contra a mulher foram contabilizados no ano passado em Minas.
De acordo com o levantamento, o maior número de ocorrências acontece nessa região por englobar a capital mineira, que é dona da maior população de todo Estado. O tipo de violência predominante na maior parte do território mineiro é a física, seguida da psicológica.
O estudo analisa, ainda, os perfis das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar registrada nos anos de 2014 a 2016, e aponta que os autores desse tipo de delito são, em 38% dos casos, os companheiros, e, em 31%, os ex-companheiros.
Em todo Estado, no ano passado, 48.808 agressões foram praticadas pelo cônjuge da vítima, segundo o levantamento. Os ex-cônjuges foram responsáveis por 41.535 ataques no mesmo período. Além disso, 12.506 atos de violência foram praticados por filhos ou enteados.
A maior parte dos agredidos tem a cor da pele parda (46%), seguida da cor branca, em 33% dos casos. Aproximadamente 23% das vítimas possuem ensino fundamental incompleto, seguido de 19% que são alfabetizadas, e18% que possuem ensino médio completo. A faixa etária prevalecente entre as mulheres vítimas é de 25 a 34 anos de idade.
Nacional
As denúncias de violência sexual no Carnaval aumentaram 87,9% neste ano em comparação com o feriado de 2016, segundo dados da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, do governo federal. Os números levam em conta registros feitos pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180).
Segundo a Secretaria, foram 109 relatos de violência sexual neste ano, contra 58 no ano passado. Para a pasta, o aumento no número de relatos de violência sexual – que abrange de assédios ao estupro – pode ter conexão com as campanhas que incentivam que as vítimas denunciem os agressores.
Nos quatro dias de Carnaval, o Disque 180 registrou, ao todo, 2.132 queixas de mulheres – o que representa uma leve queda de 1,62% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A violência física foi o principal motivo das ligações (1.136). Em seguida, vem a violência psicológica (671), a sexual (109), a violência moral (95), além de denúncias de cárcere privado (68), violência patrimonial (49) e tráfico de pessoas (4).
Com Agência Estado