Bombons, flores, roupa nova, joias, calçados, bolsas… será que as mulheres de hoje ainda querem os mesmos presentes de ontem? Ou o mais almejado por elas no Dia Internacional da Mulher, é algo que está longe das prateleiras?
Para saber melhor sobre as boas pedidas para a data em 2012, a Folha de Guanhães conversou com algumas mulheres que sabem bem o que querem. E elas afirmam, o presente material é muito bem vindo, mas bom mesmo é o que vem de dentro das pessoas.
O Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, é sinônimo de luta por uma sociedade mais justa. E desde os tempos, mas antigos, o que elas mais querem, ainda é atenção, compreensão e sinceridade.
Independência X Romantismo
Jovem, mas determinada, Plínia Bárbara de Figueiredo, de 23 anos, acredita que o que ainda falta para as mulheres, é reconhecimento. “A mulher conseguiu espaço, mas mesmo assim ela ainda é muito criticada. O homem ainda é muito machista, não reconhece que a mulher é capaz de trabalhar junto, ao lado, e não no lugar dele. Eles ainda se julgam muito superiores, e acham que a mulher é mais para dentro de casa”.
Mas a visão de Plínia não está só no trabalho. Como a maioria das mulheres, ainda valoriza o romantismo que nunca sai de moda. “No lado do amor, os homens deixaram de ser românticos. Pensam que a gente é tão independente nos dias de hoje, que não precisam mais do romantismo. Pensam que nos transformamos em mulheres prática, mas ainda temos sentimentos. Somos mulheres modernas à moda antiga, como diz o Livro A Mulher V, da autora Cristiane Cardoso”, declara.
A palavra reconhecimento parece mesmo estar no vocabulário feminino. É o que também sente falta a escrivã Helisângela Dayse Lemos Silva. “A gente tem muita igualdade, está bem equilibrado. Mas o homem sempre acha que a gente não é capaz. Conseguimos alcançar posição, os mesmos cargos, mas ainda não somos bem aceitas”, afirma.
Mas Helisângela também enfatiza algo que precisa nascer da própria mulher. “O que as mulheres também estão precisando é algo que vem delas mesmas: alto conhecimento e alto confiança. Isso é fundamental para poder explorar o potencial que tem, porque oportunidades existem. Elas só precisam se conhecer mais e ter confiança para alcançar o sucesso”, declara com convicção.
Já a dona de casa Polyane Pereira da Silva, mãe do primeiro filho de três anos, pensa em um presente que valeria para toda a sociedade. “O que eu mais gostaria de ver nesta data é a igualdade social. É muito triste ver pessoas passando fome enquanto outras têm a ponto de desperdiçarem. E ainda lidamos com pessoas que tratam as outras com indiferença por causa da classe social. Isso não pode acontecer, todos nós somos iguais!”, manifesta Polyane.
E como ser mulher é sinônimo também de maternidade, Polyane não poderia deixar de pensar no filho. “Também sonho com uma saúde pública mais digna. É muito difícil para nós mães que não temos condições de pagar uma consultar particular, chegar para um atendimento médico e precisar deixar nossos filhos nas mãos de um clínico geral, já que não tem um pediatra para atender. Isso me indigna!”, desabafa a mãe.
Para finalizar, ficam as palavras da funcionária pública, Rosa Pereira, sobre o que gostaria que as mulheres recebessem neste 8 de março. “Respeito, atenção, carinho, oportunidade para o crescimento individual e muito amor”, diz Rosa.
Por Samira Cunha