Na terça-feira (9), após autorização do governo para convocar substitutos aos professores grevistas, a Secretaria de Estado de Educação (SEE), determinou que as aulas sejam retomadas na próxima segunda-feira (15).

A SEE informou que das 683 escolas parcialmente afetadas pela greve, apenas 14 registraram retorno dos profissionais. O número de escolas em paralisação total, passou de 85 para 83 de acordo com a SEE. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) contestou. Segundo a entidade, metade das 3.777 escolas está parada. A greve dos professores na rede estadual começou no dia 8 de junho.

Mesmo com o aval, os diretores de escolas estão com dificuldades para encontrar profissionais para ocupar as vagas. As substituições valem apenas para professores de turmas do 3º ano, que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorre em outubro e, para os vestibulares.

Na Escola Estadual Odilon Behrens, a maior da região, com 50 turmas de todos os níveis, cinco professores estão em greve, o último entrou nesta terça-feira após voltar de licença. “No dia da autorização da substituição, um professor do 3º ano do ensino médio aderiu à greve, e acho difícil conseguir outro, pois está faltando muito professor no estado”, informou a diretora, Vanete Aparecida de Souza Domingos.

Para a diretora Vanete, a dificuldade em conseguir substitutos vem antes mesmo da greve: “estamos precisando de professores para cobrir os que estão de licença, abrimos vários editais e não estamos achando. Para o professor substituto das turmas do 3º ano, também vamos abrir um edital, agora é saber se vamos conseguir encontrar”, contou.

Já na Escola Estadual Senador Francisco Nunes Coelho, três professores aderiram à paralisação. Dos três, apenas um era professor do 3º ano e a escola conseguiu um substituto. “Tivemos a sorte de conseguir um professor substituto, agora é esperar designar a liberação para o ensino fundamental do 6º ao 9ª ano, temos ainda dois professores para serem substituídos”, disse a diretora Márcia Godinho.

Outra escola que também espera a designação para o ensino fundamental do 1º ao 5º ano é o Padre Café. Segundo a diretora, Celma Queiroz, seis professores aderiram à greve e por isso cerca de 140 alunos estão sem aula há mais de um mês.

Justiça

O Sind-UTE protocolou ontem uma ação contra a contratação de substitutos. "A resolução abre precedente para que profissionais não qualificados sejam contratados", disse a coordenadora Beatriz Cerqueira. A greve deve ser mantida pelo menos até a próxima terça-feira.