O abraço apertado e o beijo carinhoso que Alice Alves dos Santos (56) recebeu na manhã do dia 18, do filho Paulo Alves dos Santos (38), foram esperados por 30 anos. Ela reencontrou o filho após ficar todo esse tempo sem notícias.
O momento foi proporcionado através da ajuda de uma leitora da Folha de Guanhães que ao ler no site a matéria que contava a história de separação de mãe e filho, se sensibilizou e decidiu ajudar. “Quando eu vi a foto do bebê e da dona Alice, decidi que ia ajudar e logo já consegui o telefone dela e marquei em minha casa”, conta a ouvinte Maria das Dores Oliveira Sase, muito conhecida na cidade como Maria do Jamil.
E a determinação deu certo. A filha de dona Maria do Jamil juntou as informações, ligou para várias pessoas, e encontraram a ex-patroa de dona Alice, que cuidou da criança por alguns meses, já que a mãe biológica não tinha condições de criar o filho. Depois descobriram o telefone da farmácia do pai adotivo de Paulo e foi aí, que chegaram ao número do filho de dona Alice.
O encontro foi marcado e cheio de emoções. De um lado, a mãe que só se lembrava do toque de um filho de seis meses, idade que o menino estava quando foi levado. Do outro, um homem tímido, mas certo do desejo de conhecer suas raízes. “Ele me procurou e eu também procurava por ele há anos, mas Deus é muito grande e colocou tudo na hora certa. Agora, não vamos mais perder o contato, vamos ficar sempre juntos, mesmo que ele more com os pais em Belo Horizonte”, declara emocionada dona Alice.
Paulo conta que também estava à procura da mãe há 24 anos, desde quando soube que era adotivo. Mas com as informações dadas pela família, não conseguia pistas. Hoje, mora em Belo Horizonte e aos 38 anos, pode sentir a emoção de conhecer a mãe biológica. Emoção que tomou conta de Paulo que não conseguiu demonstrar com palavras a importância do momento.
“Eu já tinha feito tantas coisas, até íamos tentar num programa de televisão. Mas foi através da Folha que reencontrei meu filho e estou muito feliz. Não importa o que acontecer, eu sou a mãe e vamos continuar mantendo contato”, comemora dona Alice.
Por Samira Cunha