Você gostaria de ter um carro movido a diesel? Hoje, a legislação brasileira permite o uso desse combustível para veículos de carga, transporte coletivo e alguns carros, que devem ter tração 4x4 e capacidade de carga superior a mil quilos.
O Projeto de Decreto Legislativo 84/2015, do senador Benedito de Lira (PP/AL), pretende acabar com isso, estendendo a possibilidade de uso do diesel também para os veículos de passeio.
Num primeiro momento, a vantagem seria o preço do combustível na bomba. Entretanto, especialistas ressaltam que, mesmo aprovada, colocar em prática a proposta não é tão simples assim, já que envolve a superação de uma série de dificuldades, entre elas, a necessidade de se criar toda uma infraestrutura para a distribuição e venda do combustível. “Vale lembrar que não é em todos os postos que o consumidor encontra o diesel”, observa o consultor da ADK Automotive Business, Paulo Garbossa.
Para ele, ainda existe a barreira da mudança cultural. “Será que o brasileiro iria usar o diesel? Ele está acostumado com os veículos flex e a abastecer com gasolina e etanol”, diz.
Outra barreira, conforme o especialista, é o custo de produção do veículo à diesel, que é mais alto do que o do flex. “O motor é diferente”, observa. Garbossa ressalta que o uso do diesel em carros de passeio tem que ter viabilidade econômica e, logo, interesse das montadoras.
A reportagem procurou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) – entidade que reúne as empresas fabricantes de automóveis, comerciais leves, caminhões ônibus e máquinas agrícolas –, mas o presidente da entidade, único que pode comentar o assunto, não estava disponível. Fontes do mercado dizem que as montadoras avaliam positivamente a proposta.
Por O Tempo