Em Guanhães, essas histórias se encontram no Lar Sagrada Família, local para onde vão crianças e adolescentes vítimas de uma realidade que envolve fatores como agressão, abuso sexual e até abandono.
De acordo com um gráfico elaborado pela direção, considerando o período de 02 de junho de 2010 a 27 de setembro de 2011, 18 já passaram pelo Lar, sendo que onze voltaram para casa, cinco ainda estavam abrigados e dois foram adotados. “Nosso objetivo é que essas crianças e adolescentes voltem para suas famílias e estamos conseguindo alcançar isso. O tempo que estão permanecendo está consideravelmente bom”, diz a coordenadora da entidade, Betânia Miranda.
Após o retorno das crianças e adolescentes ao seio familiar, o trabalho da equipe Lar Sagrada Família continua por mais seis meses, através de acompanhamentos, visitas e outras ações. Os abrigados só são destinados à adoção quando o juiz conclui que não há mais opções ou condições da criança ou adolescente ser reinserido no seio familiar. O processo é longo e minucioso. “Não é nossa intenção que elas sejam colocadas para adoção. E nem a lei permite isso. Quando chega a esse ponto, é porque todas as alternativas já foram tentadas e o juiz chega à conclusão de que, definitivamente, não há mais condições da família ou qualquer parente cuidar dessa criança”, explica Betânia Miranda.
A Casa Lar Sagrada Família foi instituída em 10 de maio de 2010. As portas de entrada para ser encaminhado para a instituição são o Conselho Tutelar e o Ministério Público. Apesar de ser mantida pela administração do município, a entidade conta com apoiadores para realização de atividades recreativas e eventos como aniversário abrigados e datas comemorativas.
Por Samira Cunha