O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmou em coletiva na tarde desta terça-feira (6) que mais de R$ 600 mil foram desviados de recursos públicos da Prefeitura de Belo Oriente (MG) através da falsificação de documentos e procedimentos internos da gestão da atual administração, como a contratação de funcionários fantasmas.
O valor foi pontuado após investigações da operação Perfídia, deflagrada na manhã desta terça-feira, com a prisão de três ex-funcionários públicos. Segundo as investigações, a estimativa é de que mais de 100 pessoas estejam envolvidas no esquema.
De acordo com a promotora do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Renata Cerqueira, as investigações começaram no início deste ano após denúncias de alguns vereadores da cidade. "Pessoas que não foram aprovadas em concursos públicos foram contratadas pelo município de Belo Oriente, e recebiam o valor sem poderem ter prestado qualquer tipo de serviço ao município", explica a promotora.
O delegado Gilmaro Alves relata que no esquema havia vários formatos de como o dinheiro seria repartido entre os envolvidos. Gilmaro acredita que esses valores possam ter sido usados em campanhas eleitorais.
O delegado pontua ainda que a maioria dos documentos foram fraudados pelo funcionário do departamento administrativo. "O chefe de departamento pessoal da prefeitura fazia a postagem junto aos sistemas de informação da prefeitura com nomes de pessoas que jamais prestaram serviços à municipalidade. No entanto, ao não prestarem serviços, essas pessoas recebiam em suas contas bancárias valores referentes aos salários que em tese seriam pela prestação de serviço que já mais foram efetivados", revela Gilmaro.
Além dos três servidores que foram presos nesta manhã, a promotora Renata Cerqueira conta que 28 servidores públicos estão confirmados no esquema, mas não descarta a participação de mais pessoas. "Há cerca, ou mais, de 100 pessoas e nós ainda não temos como precisar desse número, por razão da investigação ainda estar em curso", revela Renata.
Em nota, a Prefeitura confirmou que dois dos conduzidos trabalharam para o atual governo até 2014. O terceiro conduzido foi exonerado tão logo a auditoria interna confirmou a suspeita de desvio de recursos. O resultado preliminar desta auditoria foi encaminhado aos órgãos competentes para que a Justiça seja feita. Ainda segundo a nota, a atual administração está tranquila quanto aos trabalhos que ainda estão sendo feitos pela comissão interna, que culminaram na Comissão Processante.
Por G1/Edição Folha