Os mineiros estão se casando mais, e as uniões oficiais estão mais duradouras. Foi essa a conclusão da pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre os registros civis em todo país.
Em Minas, os matrimônios cresceram 13,8%, passando de 89.440 casamentos em 2003 para 113.767 em 2011. Os casamentos, que há nove anos duravam uma média de 11 anos, em 2011 tinham uma duração de 15 anos. Para especialistas, a carência e o conservadorismo característicos dos mineiros impulsionam as estatísticas.
A taxa de casamentos em Minas por cada mil habitantes já supera a nacional. Enquanto no Estado, em 2011, foram 7,4 uniões para cada grupo de mil, no país a taxa foi de 7. "É quase uma imposição social que se constitua uma família em Minas. Além disso, as cidades, até mesmo a capital, têm um ar aconchegante que faz com que as pessoas queiram se juntar", explicou o psicólogo e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Tadeu Martins.
A pesquisa mostrou ainda que a faixa etária média de casamentos no Estado e no país é a mesma: de 20 a 29 anos.
Divórcios. O número de divórcios no Estado também aumentou, passando de 14.566, em 2003, para 39.590 em 2011 - o crescimento foi de 107%. No Brasil, o número também subiu, passando de 137.281 para 351.153 em oito anos.
Além de o divórcio estar, desde 2010, menos burocrático, o antropólogo e professor da UFMG José Luiz Freitas explica que o crescimento das separações acontece também por causa do aumento de casamentos. "Muitas dessas uniões vão dar errado, principalmente porque há casais que se casam muito novos, entre 20 e 25 anos, movidos por impulso".