Mas parece que a punição do Estado não intimidou a categoria, que promete manter a paralisação até que a negociação envolva um reajuste real. Para a professora de Guanhães que aderiu a greve, Isilene Maria de Oliveira, a classe já esperava retaliação. “Estou na greve desde o início e já estava preparada para isso. Quando a gente entra em uma situação como esta tem que esperar por tudo. Ainda não sabemos se vamos repor as aulas, tudo vai depender da assembleia de hoje”, contou.
Irredutível também está o governo, que afirmou que só restabelece o pagamento se houver um acordo. Ainda assim, a professora acredita que a greve está valendo a pena: “a luta não é só aqui em Guanhães, mas em todo o estado, assim como o governo nós também estamos firmes e vamos acatar a decisão do sindicato”.
Os professores discutem oficialmente, o corte do salário e os rumos da paralisação em uma assembleia que acontece na tarde desta quarta-feira (3).
Prejudicados
Enquanto a queda de braço entre o governo e os professores não chega ao fim, os alunos são os mais prejudicados. Segundo informou a professora Edilene Alves de França Freitas, na escola onde trabalha todos os professores entraram de greve há 20 dias, e que não vão voltar até conseguir o piso justo de R$ 1.597.
“O sindicato publica a reivindicação e o estado engana ao falar que o piso salarial está sendo pago. Se hoje conseguirmos uma boa negociação amanhã as aulas voltam ao normal. Já estamos até montando um calendário de reposição. Caso contrário, seguiremos com a greve”, reclamou.
A professora argumenta que se preocupa com o efeito que a luta da categoria tem nos estudantes, mas se defende dizendo que não pode abrir mão de seus direitos. "Infelizmente os alunos já estão prejudicados, mas não tem escolha, a única forma de reivindicar é com a greve”, disse Edilene informando ainda que uma carta foi enviada aos pais dos alunos explicando porque a classe está de greve.