Enquanto aguarda o resultado das análises laboratoriais que apontarão as causas da mortandade de peixes no Rio Santo Antônio, o que deve ocorrer a partir da segunda quinzena de junho, a Associação de Defesa e Desenvolvimento Ambiental de Ferros (Addaf) promove uma série de atividades em comemoração à Semana do Meio Ambiente.
Palestras, lançamento do concurso de redação e uma caminhada diagnóstica fazem parte da programação do evento, realizado até 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.
As ações são promovidas em parceria com a Polícia do Meio Ambiente e escolas do município. A abertura foi nesse domingo, 31 de maio, com uma blitz educativa na Praça Monsenhor Alípio.
Crianças e adultos distribuíram material educativo e protestaram contra a degradação ambiental crescente no território do município. “Todos os anos realizamos essas atividades e, a cada ano, percebemos mais destruição dos nossos rios e matas e menos preocupação das autoridades em todas as esferas do poder publico em relação à nossa qualidade de vida. A sociedade precisa reagir e cobrar ações efetivas do poder publico, tanto em nível municipal quanto estadual e federal”, diz a vice-presidente da Addaf, Tereza Cristina Silveira, também membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio.
Alerta vermelho
Em visita a Ferros, na última semana, o perito antropólogo do Ministério Público Federal (MPF), Marco Paulo Schettino, se reuniu com membros da Addaf para debater os impactos sociais e ambientais dos empreendimentos da bacia, especialmente a situação das comunidades tradicionais ribeirinhas.
De acordo com ele, o rio Santo Antônio está no alerta vermelho, em último grau. “No momento, a foz do Santo Antônio tem água até a cintura de uma pessoa, enquanto deveria ser o ponto mais volumoso nesta época do ano. É um forte indício de falência desse importante rio. Não é simplesmente a estiagem”, afirma o perito.
O estudioso também questiona o papel do poder público na conservação da bacia. “É preciso que os governantes venham a público informar qual é o projeto existente para o Rio Santo Antônio, que tipo de planejamento há para essa bacia. Até então, esse planejamento é feito apenas pelas empresas que exploram seus recursos, à revelia de qualquer aspecto que não seja o econômico. É preciso se perguntar qual é o retorno que a população tem disso”, conclui Schettino.
Por Folha com Ascom Ferros
Fotos Cyro Gonçalves