Familiares e amigos dão apoio com realização de campanhas de incentivo e de arrecadação de fundos para o tratamento
Uma mulher guerreira, de fibra, que sabe superar as adversidades e acima de tudo sem perder o sorriso no rosto, essa é Eliana Nunes, mãe, mulher, amiga, de 33 anos, trabalhava como vendedora de consórcio, antes de enfrentar uma batalha contra o câncer que dura até hoje.
O drama começou em 2012. Foi um tempo de muita dor e sofrimento até ela descobrir que estava com câncer no colo do útero. “Fiz vários exames ginecológicos e os médicos afirmavam que eu não estava com nada, meus exames não davam absolutamente nada. Vários médicos me diziam que a dor era psicológica, infecção urinária. Falavam de várias coisas e nunca chegavam à conclusão nenhuma”, confidenciou Eliana.
Mas a batalha só estava começando. “Depois de uma bateria de exames, eu fui internada, para que no dia seguinte, fosse realizada a cirurgia de retirada do mioma. Quando chegou no dia da cirurgia, veio o médico perto de mim e disse ‘Olha Eliana, o mioma é o de menos, você está com câncer e será transferida para Belo Horizonte’”.
Na capital mineira veio a dura confirmação: “Eliana você realmente está com câncer no colo do útero, está muito avançado e o tratamento será feito o mais rápido possível”, reproduziu a fala que ouviu do seu médico.
A ex-vendedora revelou qual foi a primeira reação ao se deparar com a doença. “A primeira coisa que veio a minha cabeça, foi o cabelo. Não foi nem a doença em si, preocupei com o cabelo. Só que o meu cabelo não caiu, deu apenas umas três falhas. Em momento nenhum tive medo da doença. Fui tratada, fui curada”. A batalha tinha sido ganha no ano de 2013, “e com muita fé em Deus”, como fez questão de ressaltar.
Câncer na coluna
A força e a coragem de Eliana foram colocadas à prova mais uma vez, já que inesperadamente, poucos meses após ter sido curada, começou a sentir fortes dores na coluna.“Essa dor começou em junho do ano passado, só que não dei a devida importância, até mesmo por causa do trabalho, pensava ser uma consequência do tempo em que ficava sentada”, explicou.
E continuou: “em julho a dor continuou e cada vez mais forte, então tive que fazer vários exames. O primeiro, a tomografia, acusou ser bico de papagaio. Fiz por um tempo fisioterapia, só que não estava obtendo resultados. Voltei ao médico e ele pediu para fazer uma ressonância, mas não deu tempo”, ressaltou.
Impacto
Após vários dias de dores na coluna, Eliana, descobriu que, teria que enfrentar mais uma batalha. O diagnóstico foi preciso: estava com câncer na coluna. “Mais uma vez o tumor está bem avançado e acabou subindo. Já tenho três caroços no pescoço. Eu não choro por causa da doença, porque eu sei que apesar de continuar avançando terá uma solução, serei tratada e serei curada”, lamentou.
Desafio do lenço
Ao acaso e por uma amiga. Assim foi lançada a campanha ‘#lencolili’ na internet. A amiga Sthefany propôs a Eliana a fazer uma campanha no Facebook em apoio ao tratamento. No início, Eliana não gostou da ideia, por temer o que as pessoas poderiam pensar.
Como surgiu
Eliana voltou ao médico animada, já que faltava apenas duas sessões de quimioterapia para finalizar o tratamento da coluna. Mas, quando os médicos viram os exames, identificaram que os glóbulos brancos estavam muito baixos e não poderia ser realizada a penúltima sessão de quimioterapia. “Fiquei triste com a situação, muito triste mesmo”, confidenciou.
“Quando cheguei em casa, minha amiga Elediceia me mandou uma mensagem para saber como estava, e falei para ela o que tinha acontecido. Ela me perguntou o que poderia fazer para me ajudar. Foi aí que lembrei da Sthefany, e desafiei a Elediceia a postar uma foto usando um lenço em minha homenagem”. E continuou: “Ela desafiou algumas amigas, e eu continuei desafiando minhas amigas, minha família. E foi daí que surgiu a campanha ‘#lencolili’”, contou emocionada.
A campanha deu tão certo, que em menos de 24 horas, mais de mil pessoas tinham aderido. “O que me surpreendeu foi ver pessoas dos Estados Unidos, de Portugal e até mesmo da Turquia postando fotos com um lenço. É nessas atitudes que busco força para poder continuar a luta”.
Apoio da família
Eliana fala com orgulho do apoio que sua filha e seu marido tem lhe dado. “Eu agradeço a Deus, cada dia, cada instante, por ter posto o Jovane (marido) na minha vida e dois anos depois, ter colocado a Emillyn (filha). Ela é mais que filha, é uma irmã, uma amiga. A presença dos dois foi e está sendo de extrema importância para minha recuperação”.
Eliana deixa ainda uma mensagem para quem está passando pelo mesmo obstáculo. “Temos que enfrentar as adversidades de cabeça erguida e sempre com uma palavra positiva, por que câncer tem cura. Nunca podemos desistir. Porque Deus é maior que tudo”, finaliza.
Por Folha com colaboração estagiário Diego Rafael
Fotos: reprodução Facebook Eliana Nunes e Stephany Bicalho