Nas contas do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pelo processo, o prejuízo com os ausentes gira em torno de R$ 60 milhões. O valor gasto e o número de abstenções foram tão altos nesta edição que, diante do prejuízo, o Inep começa em dezembro a questionar os alunos. Quer saber o motivo das faltas.
A justificativa do presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, é que fazer a inscrição e não aparecer para fazer a prova implica gastos públicos desnecessários. As perguntas para identificar as razões para o alto índice de abstenções estão sendo elaboradas. A meta é investigar se o aluno não conseguiu chegar a tempo, se desistiu, quando decidiu não comparecer à prova, o perfil, a idade e se cursa o ensino médio.
O questionário será enviado pelo e-mail cadastrado pelos candidatos no ato da inscrição e o Inep espera ter pelo menos uma amostragem do que ocorreu.A expectativa é de que em fevereiro já se tenha acesso às respostas, para análise.
Diante dos resultados, segundo Luiz Cláudio, o Inep vai estudar medidas até o início das inscrições da próxima edição do Enem, em abril ou maio, para evitar que o alto índice de ausências se repita. Segundo ele, algo deve ser feito antes de as provas serem impressas, em julho.
Luiz Cláudio alertou que o Inep estuda punir, principalmente, aquele aluno que se inscreve em várias edições seguidas e não comparece. Pode ser a cobrança da taxa em dobro ou proibição de participar das edições futuras, mas qualquer sanção depende de uma legislação específica.
Neste ano, a taxa de abstenção chegou a 29%, a maior desde que o Enem foi reformulado, em 2009 – no ano passado foi 27,9% e, em 2011, de 26,4%. Quem teve isenção da taxa, 73,1% dos candidatos, também pode ser punido. Eles deixaram de pagar R$ 35 de inscrição.
Por Portal UAI