GUANHÃES – Impotência. Esse é o sentimento vivido pela família de uma idosa de 73 anos internada há quinze dias no Hospital Imaculada Conceição, após ser vítima de atropelamento.
O quadro atual da paciente indica Politraumatismo e ela precisa ser encaminhada para outra unidade hospitalar para passar por cirurgias. “Minha mãe está com o braço quebrado e a perna do calcanhar até a altura do fêmur também. Ao trocar a roupa dela, a gente sente os ossos quebrados, ringindo. Já não sabemos mais o que fazer e também não podemos ficar esperando, pois ela não vai aguentar. Já bastam as noites que ela passa gritando de dor”, conta angustiada a filha Maria de Fátima Mateus de Souza.
O nome da mãe de Maria de Fátima está na lista de seis pacientes à espera de uma vaga na central de leito, em Belo Horizonte. Na segunda-feira, 28 de maio, o médico ortopedista, Wellington Guimarães, redigiu e enviou para o Ministério Público Comarca de Guanhães, um documento onde relata o que se passa no Hospital Regional:
“Pois vem ocorrendo que, no dia em que estou no plantão no HIC, estou sendo obrigado a atender e dar solução aos casos de ortopedia que procuraram atendimento nos dias em que não há plantonista. Estes fatos sobrecarregam o atendimento realizado nos meus plantões onde ainda faço atendimento ambulatorial de retornos pós-cirúrgicos e sequência de tratamento incruentos. Venho atendendo em apenas uma tarde, dezenas de pacientes acumulados em 6 dias, e que tiveram fraturas ocorridas há vários dias atrás”, diz o documento.
As cópias do relatório e da lista de pacientes foram entregues à produção da Folha de Guanhães por uma mulher que também está há quinze dias aguardando por uma vaga para o marido. Wellington Guimarães é o único médico responsável por atendimentos ortopédicos do Hospital e demonstra no documento as complicações na estrutura do HIC: “estamos trabalhando sem médico responsável técnico e clínico, o que inviabiliza o desenvolvimento do ato médico nesta instituição hospitalar seguindo as normas do conselho Regional e federal de medicina”.
Diante disso, o especialista faz um pedido para o melhor funcionamento da instituição visando o bem estar e a saúde dos pacientes: “Venho então solicitar providências que estiverem ao alcance da promotoria pública visando o bem da saúde pública desta comarca e região, pois já não tenho estrutura física e psicológica para suportar sozinho a responsabilidade de assumir mais pacientes sem poder tratá-los adequadamente”.
O documento foi recebido pelo Promotor de Justiça Márcio Kakumoto que afirmou à produção da Folha que está buscando pela resolução do problema e encaminhamento dos pacientes o mais rápido possível para unidades onde terão o tratamento eficaz.
Por Samira Cunha