A crise financeira que afetou praticamente todos os municípios mineiros fará com que muitos deles terminem o ano no vermelho. Estudo feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que, das 738 cidades pesquisadas em Minas, 49% responderam que não vão conseguir fechar as contas de 2015.
Mesmo com a adoção de medidas na tentativa de minimizar os problemas, a falta de recursos já afeta áreas vitais como educação e saúde, além do pagamento de servidores e fornecedores.
Entre as providências tomadas pelos executivos municipais estão a redução de despesas de custeio e do quadro de funcionários. Quase 600 cidades mineiras já diminuíram o gasto com projetos, obras e ações programadas para este ano e em 452 localidades os cortes foram estendidos ao funcionalismo público. Outra medida adotada com o objetivo de conter as despesas foi a desativação de veículos e otimização da frota.
Apesar disso, as prefeituras estão atrasando os compromissos financeiros. Segundo o estudo da CNM, 72% dos municípios de Minas não estão em dia os fornecedores. Com relação aos servidores públicos, o atraso nos salários é realidade em 15% das cidades.
Indefinição
Outro pagamento que está ameaçado é o do décimo terceiro salário. “No dia 10 de dezembro tem um repasse extra do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que equivale mais ou menos ao repasse de um mês. É um repasse regular, mas pode não acontecer por causa da crise. Se ele vier, não atrasar e for creditado, muitas prefeituras vão quitar o décimo terceiro. Se não vier, não tem como pagar”, alega Murta.
Na avaliação do presidente da Granbel, a solução para dar um alívio aos caixas municipais está distante e é algo que não deve ser resolvido a curto prazo, já que a crise é geral e atinge todos os setores e instâncias do governo.
Sendo assim, e sem ver possibilidade de melhoria, o prognóstico para o próximo ano é sombrio. “Estamos projetando um cenário de igual para pior. Não tem como resolver essas questões de uma hora para outra”, diz Murta.
Por Hoje em Dia/ Edição Folha