Apenas neste ano, 362 mil aposentados passaram a receber o valor do salário mínimo em função da política de reajustes.
A regra de reajuste das aposentadorias de acordo com a inflação, em vigor desde 1991, tem sido responsável pelo rebaixamento de milhares de aposentados ao vencimento mínimo.
Segundo a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), neste ano, 362 mil viram o benefício encolher e passaram a engrossar o percentual que recebe o menor patamar nacional.
A cada ano, a equação se repete. Em 2014, cerca de 400 mil desceram a pirâmide e migraram para a classe de rendimento mais baixo. A política que tenta igualar o modelo de reajuste das aposentadorias às mesmas regras do salário mínimo deve retornar aos holofotes esta semana, já que existe a chance de ser votada na Câmara. Na semana passada, a emenda foi retirada da pauta.
Enquanto o salário mínimo é reajustado pela inflação acumulada no ano anterior mais a variação do crescimento da economia de dois anos antes, as aposentadorias são corrigidas apenas por índice que mede a evolução do custo de vida.
Dos cerca de 32 milhões de aposentados e pensionistas, perto de 22 milhões recebem o equivalente a R$ 788. Levantamento feito pela Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps), aponta que o número de beneficiários que recebem o salário mínimo é de, aproximadamente, 71%.
Em 2005, eram 67,8%, quando 16,3 milhões de segurados recebiam o piso nacional. Em 2003, o percentual era de 65%. O crescimento que vem ocorrendo a cada ano reduz gradativamente o poder de compra dos inativos, o que leva um quarto dos aposentados brasileiros a permanecer no mercado de trabalho para complementar a aposentadoria.
Por Estado de Minas
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