A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) está participando do resgate cultural na comunidade afrodescendente de Córrego Cachoeira, no distrito de Gororós, em Dom Joaquim. A comunidade composta por 27 famílias está buscando o título de Remanescente Quilombola na Fundação Cultural Palmares.
“É uma comunidade diferenciada que preserva as tradições. As características próprias de remanescentes quilombolas estão presentes no modo da construção das casas, nos fogões à lenha, na alimentação e nas festas religiosas como a Marujada e Caboclos”, relata o coordenador de Bem Estar Social da Emater-MG, Marcondes Carvalho.
Segundo ele, estas características estão enraizadas na cultura comunitária através do sincretismo religioso, com orações e dialetos preservados da pátria África. “Devido às características próprias da cultura negra, a Emater-MG está assessorando a comunidade na busca do título que lhes garantirá acessar as políticas públicas do Programa Brasil Quilombola”, afirmou.
Entre outros benefícios, o título garantirá a comunidade a permanência em suas terras, por meio de trâmite no Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o direito à preservação da cultura e autodefinição comunitária.
Antes do processo de resgate da história e cultura, a comunidade precisou definir se realmente quer se autointitular quilombola. Como a vontade do grupo reivindicante é unânime, o próximo passo é apresentar a trajetória histórica no Instituto Palmares.
Buscando a construção da história comunitária, as famílias de Córrego da Cachoeira estão juntando objetos que os enraízam a pátria mãe. Nesse processo a Emater-MG está ministrando oficinas de bordado para homens e mulheres, já que eles definiram contar a história por meio de um livro de páginas de panos bordados.