Três mil professores serão contratados para substituir temporariamente, os profissionais que estão em greve há exatos 63 dias, de acordo com anúncio feito pela Secretaria de Estado de Educação na tarde desta terça-feira (9). O anuncio, acirrou a crise na educação de Minas, com o impasse sobre o valor do piso salarial pago aos professores da rede estadual.

Segundo o governo, as substituições serão, primeiramente, destinadas às turmas do 3º ano do Ensino Médio, que se preparam para o vestibular e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A medida, no entanto, não mudou a decisão da categoria. Em assembleia, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE) aprovou a proposta de continuidade da greve.

Em conversa com a reportagem da FOLHA, a representante na região do Sind-UTE, Sévera de Miranda Pimenta, comentou sobre a nova medida do governo: “isso ai é furada, a lei reza que não pode contratar professor durante a greve, mas o governo insiste em falar isso, faz tudo para pressionar. Quero ver achar professor, principalmente para o ensino médio”, desabafou.

Para a representante, o motivo da contratação de novos professores também não é real. “O governo alega que a contratação é para os alunos do terceiro ano devido ao Enem, e estão colocando a culpa na greve, mas não é por causa da paralisação que o terceiro ano está deficitário. A série está sucateada há muito tempo, quando o governo tirou algumas matérias do 2º e 3º ano do ensino médio”, observou.

Devido à constante pressão do governo, segundo Sévera, apenas 15 professores estão em greve em Guanhães. “Os servidores das escolas estaduais Fazenda São Sebastião e Escola Estadual Nossa Senhora do Carmo, renderam-se e voltaram para as salas de aula, é por isso que não conseguimos nada”, ressaltou.

Sévera disse ainda que a greve conta com o apoio de todos os sindicatos e movimentos sociais do país, que entraram em defesa da educação. A representante lembra aos grevistas, que hoje é o ultimo dia para os servidores optarem pelo piso salarial antigo.

De acordo com a SEE, a expectativa é que até o fim desta semana as escolas convoquem os substitutos e as aulas sejam retomadas a partir da próxima segunda-feira. A convocação, segundo a Secretaria, ficará a cargo dos colégios, que através da direção irão identificar profissionais em condições de assumir as vagas.

Em resposta, o sindicato agendou uma paralisação nacional para o dia 16 de agosto.