Nada de física, história ou biologia... Na visão de especialistas em educação, salas de aula com carteiras enfileiradas, onde a cada 50 minutos um professor trata o conteúdo de uma disciplina, é um modelo que não funciona mais.
Adaptando-se à realidade dos novos tempos e dos jovens, a “nova escola” deveria seguir no ensino de fenômenos, e não apenas de matérias. Um exemplo: em uma aula sobre a crise hídrica, o professor de geografia fala sobre o regime de chuvas, o de química explica como é o tratamento dos rios, e o de matemática aborda como o problema afeta a economia.
Pesquisa publicada neste ano pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) frisa que a passagem de ciclos escolares, a partir da antiga quinta série, é traumática e representa um gargalo, com altos índices de reprovação e evasão.
O adolescente começa a conviver com uma série de matérias, sem um educador referência para a turma, porque o professor tem menos tempo e dá maior ênfase aos conteúdos. “Para que isso vai servir na minha vida?” é a pergunta mais comum desses adolescentes. “É por isso que, hoje, questiona-se o papel do ensino médio, que é a porta de saída do jovem para o mundo adulto. E ele precisa ser reinventado”, diz o fundador do Observatório da Juventude da UFMG, Juarez Dayrell.
Impacto
A grande distância que há entre a expectativa dos jovens e a realidade das escolas impacta o aprendizado. “Graças à tecnologia, os alunos têm acesso a todo tipo de informação. A escola não tem mais que distribuir conteúdo, mas transformar o que o eles recebem em conhecimento”, destaca Dayrell.
Há uma tendência em se buscarem culpados por essa crise do saber: os alunos tacham os professores, que condenam os pais; estes culpam a escola, que por sua vez responsabiliza o governo. Não faltam exemplos nesse ciclo vicioso.
Por O Tempo
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