Presente no cardápio no dia a dia ou na feijoada de domingo, ninguém discorda que o feijão é o mais brasileiro dos pratos. No mês de junho, entretanto, graças às secas que atingiram os estados do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, a modalidade conhecida como feijão carioca, um das variedades mais consumidas do país, pode ficar fora da mesa de muitas famílias.
Em Minas, o preço do feijão carioca disparou após uma queda de até 30% na produção da segunda safra. No estado a saca de 60 quilos atingiu o maior volume desde 2008, chegando a R$480,00 e já vem influenciando na compra do consumidor final, que reclama da alta contínua.
Em Guanhães, o grão, segundo uma pesquisa realizada pela reportagem da Folha varia de R$8,99 a R$11,45. E a má notícia é que ainda o preço pode subir e atingir R$12,00.
Para o casal Maria do Porto Ferreira e Ronaldo Ferreira, moradores da cidade, o aumento prejudica. “É complicado, pesa e muito, o feijão é praticamente o principal do prato, se não pudermos comprar o arroz com feijão de cada dia, o que vamos comer?”, questiona Ronaldo, que revelou pensar em como fica a situação de famílias maiores, já que a sua tem apenas três pessoas e mesmo assim, o preço já altera no orçamento familiar.
Para Maria do Porto, enquanto não houver uma queda ou uma melhora significativa no preço, buscar alternativas pode ser a solução. “Como não dá para ficarmos o tempo todo chorando esse aumento, o jeito é ir alternando entre os outros tipos de feijão e grãos para superar o peso no bolso”, opinou.
Um dos fatores que explicam o aumento nos preços é a baixa oferta do produto no mercado. Em Minas, segundo maior produtor de feijão do Brasil, são cultivadas três safras do grão por ano, sendo que a primeira delas, colhida em fevereiro, teve queda de 20% na produção.
Com a quebra na primeira safra, a expectativa fica sobre a segunda colheita, que começa neste mês. A previsão inicial era de que fossem produzidas 65 mil toneladas de feijão, mas o clima não ajudou mais uma vez e a safra deve ser bem menor. De acordo com analistas da área, a tendência de preços em alta deve continuar no segundo semestre.
Por Folha com informações Canal Rural/ colaboração estagiária Stela Natalie