“(…) estamos aqui para pagar pelos nossos erros, mas nós estamos sendo tratados de uma forma desumana. Pois aqui, nós não temos nem atendimento médico, pois aqui, para conseguir algum atendimento, nós temos que queimar nossas próprias roupas, colchão e cobertor para chamar a atenção das autoridades para nos socorrer”, assim começa a carta de quase duas páginas assinada por 50 detentos. Com essas palavras é possível perceber que eles apelam para medidas arriscadas e assumem essa atitude, tudo para conseguir chamar a atenção de quem possa ajudar. Mas como ainda descreve a carta, nem sempre isso funciona.
O primeiro assunto tratado pelos detentos é a questão do atendimento médico, tema que já foi pauta da Folha em uma reportagem no dia 29 de novembro do ano passado. Após denúncia do irmão de um dos presos, foi apurado com a delegada responsável Meire Cardadeiro e o então promotor de justiça Jorge Rodrigues.
De acordo com a delegada, os detentos visivelmente doentes, são levados para o atendimento de emergência. “Em muitos casos é difícil agendar porque não sabemos se a pessoa está realmente passando mal. Consultas normais deveriam ser feitas lá mesmo, nem precisaria levar para o hospital”, esclareceu na época.
Já o promotor esperava por uma solução do município. “Quando o fato é de urgência, é feita escolta. Mas o agente de saúde tem que fazer a triagem periódica, como faz nas residências e, havendo necessidade, ele é o responsável pelo agendamento”, esclareceu o promotor.
A outra reclamação é sobre os alimentos que chegam para os detentos. “vem acontecendo algumas coisas no transporte da nossa comida da cantina até a cadeia, pois no caminho vinha tombando até chegar na cadeia e as marmitas chegava destampadas e sujas. E alguns alimentos mau cozidos, sem condições para consumo, que alguns presos, ao consumirem esses alimentos, alguns passam mal”, diz outro trecho da carta.
A atual promotora de justiça, Josiane Moreira Soares Malaquias, já está ciente sobre a carta e falou com a produção da Folha sobre as medidas que já estão sendo tomadas. A reportagem completa poderá ser conferida nesta sexta-feira, no Jornal da Folha ao meio dia pela 101,3 e no site.
Por Samira Cunha