O evento reúne artistas e intelectuais
Começou nessa quinta-feira (4) e segue até domingo (7), um importante seminário que vai debater questões culturais, sociais, históricas e patrimoniais do Cemitério do Peixe, um “despovoado” de Capitão Felizardo, no Distrito de Costa Sena, em Conceição do Mato Dentro.
Conhecido como “Cidade Fantasma”, o vilarejo é palco de um dos apenas dois Jubileus para as almas realizados no mundo e guarda ali elementos centenários da fé de um povo que não abre mão de seus costumes.
Morte e Magia nas Artes Visuais é o nome desta que é uma iniciativa do artista e antropólogo Francilins. Ele, que vem aproximando sua relação com o Cemitério do Peixe há alguns anos, diz que o evento “é uma comunhão da sociedade artística com a comunidade do Peixe”.
Ele explica que o movimento artístico ali instalado desde o dia 11 de maio está compondo um registro inspirado na atmosfera do local, apropriando-se dos mais variados elementos que compõem o significado e a significância do vilarejo.
Das pedras argilosas ali encontradas, o artista plástico Elton Hipólito de São Paulo rascunha em papel suas primeiras experiências no Peixe. Os pigmentos, diferenciados dos materiais que ele costuma usar, vão colorindo a sua arte e a sua alma, cada vez mais sensível àquele lugar.
Já Kárita Gonzaga, também artista plástica de Uberlândia, utiliza-se dos crisântemos para ilustrar a relação entre a vida e a morte. Ela, que confeccionou um vestido com as flores brancas, veste e fotografa diariamente a peça com a pretensão de registrar a passagem do tempo.
Durante o seminário, haverá exposições das artes desenvolvidas no período da residência artística, onde a sensibilidade aflora e os talentos são potencializados, conforme descreveu o participante Rodrigo Marques.
O evento tem o apoio da Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro através da Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico.
Para a secretária Julia Santana, este será um momento de “importantes reflexões acerca deste que é dos mais emblemáticos patrimônios do município, sobre o qual vem sendo realizados levantamentos e pesquisas de sua história, das tradições e dos saberes de seu povo”.
Por Folha com Ascom Cenibra