Depois de décadas de espera, 14 comunidades rurais de seis municípios do Vale do Jequitinhonha receberam o Certificado de Quilombolas. O documento garante o reconhecimento formal dos seus territórios como remanescentes de quilombos. É ainda um instrumento que permite que as famílias sejam incluídas nas políticas públicas voltadas para este segmento.
As comunidades quilombolas são grupos étnicos que se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias.
Brejo, Cruzeiro e Tabuleiro (em Berilo), Córrego do Rocha e Faceira (em Chapada do Norte), Bem Posta (Minas Novas), Vila Silvolândia, (Jenipapo de Minas), Mutuca de Cima (Coronel Murta); Gravata, Onça, Campinhos, Capim Puba, Mutuca de Baixo e São José (em Virgem da Lapa) tiveram suas terras quilombolas reconhecidas.
Parceria
O processo de certificação é de responsabilidade da Fundação Cultural Palmares (FCP) e conta com a parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) e apoio da Federação dos Quilombolas de Minas Gerais (N'golo), por meio da Comissão das Comunidades Quilombolas do Médio Jequitinhonha (Coquivale).
Neste ano, a fundação já distribuiu 143 certificados em todo país, 23 foram para comunidades quilombolas de Minas Gerais, das quais 14 estão localizadas no Vale do Jequitinhonha. As demais estão nos municípios de Angelândia, Bonito de Minas, Capelinha, Januária, Paulistas, Sabinópolis e Santa Helena de Minas.
Com este pacote, a Fundação contabiliza a certificação de 2.821 comunidades como remanescentes de quilombo rural ou urbano.
Por Folha com Agência Minas