O aumento dos preços dos alimentos, do material escolar e da gasolina no primeiro bimestre de 2016 já fez o consumidor sentir no bolso que o ano não será fácil.
A partir de maio, produtos supérfluos como sorvete, chocolate, cigarros e rações para animais também ficarão mais caros para o consumidor. O motivo é a alteração na forma de tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre esses itens.
Hoje, conforme informações da Receita Federal, o pote de sorvete de dois litros, por exemplo, paga imposto de R$ 0,10 por embalagem.
A partir de maio, será instituída uma alíquota para tributar o produto. Ela será de 5% sobre o preço de venda. Com isso, o valor pago por embalagem poderá saltar para R$ 0,90 por pote, segundo projeções da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Um aumento de 895%. No caso dos chocolates, em que a tributação era de R$ 0,09 e R$ 0,12, o valor pode chegar à R$ 0,99. Uma elevação de preço de 828%.
Já os cigarros, além da elevação da alíquota, também sofrerão elevação do preço mínimo para a venda no varejo. Atualmente, a tributação do produto equivale à soma de uma taxa fixa de R$ 1,30 por vintena e outra variável de 9%.
Repasse
A economista da Fiemg Anelise Fonseca explica que parte do valor dos impostos é repassado para o consumidor, pressionando a inflação e a queda do consumo, uma vez que produtos não essenciais podem simplesmente deixar de ser consumidos.
“O grande problema é que já estamos em um momento de crise e corte de custos. Então isso pode recair sobre o emprego. Apesar de o peso dessas empresas não ser muito grande na nossa economia, elas empregam cerca de 129 mil pessoas no Brasil. Minas corresponde a 12% desse valor, isto é, cerca de 15 mil pessoas”.
Por Hoje em Dia