No dia 18 de maio deste ano, uma família guanhanense viveu talvez, a mais triste história ao ver morto o filho de apenas 18 dias. Com dificuldade de respirar, Carlos Eduardo Rodrigues dos Santos, foi levado pela mãe Brena da Silva Maia Santos, de 17 anos, ao PSF do bairro e após diagnóstico de cólica, foi mandada de volta para a casa. Duas horas depois, mesmo sem ter sido encaminhada, a mãe levou o filho para o hospital, ao ver que o mesmo só piorava. 

Contudo, não deu tempo. O bebê foi recebido por uma equipe de enfermeiras que tentou reanimá-lo, mas em poucos minutos chamaram a mãe para dar a má notícia. “Não entendo porque não o encaminharam para ser examinado pelo pediatra do HIC, logo no atendimento do PSF. Não sei se o médico fez certo ou errado. O que mais me indigna é o fato dele não ter visto o estado que meu filho estava e não ter me mandado direto para o hospital”, questionou a mãe na época do ocorrido.

Revoltados com o ocorrido, a família foi até a polícia e um inquérito apura a morte do bebê. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Meire Cardadeiro, a família já foi ouvida e o inquérito ainda não foi finalizado porque o médico não foi encontrado para receber a intimação.

No processo de investigação, o caso foi encaminhado para um médico legista que conclui em laudo, que a criança ia várias vezes ao hospital e que, provavelmente, sofria de alguma doença que não foi diagnosticada. “Pelo laudo, a gente vê que ele ia e voltava com os mesmos sintomas. Então, fica difícil pra gente encontrar negligência ou omissão. Mas essa conclusão, nós só teremos após ouvir o médico”, informa a delegada. Caso seja confirmado, ele será indiciado por homicídio culposo.

Ainda de acordo com Cardadeiro, o médico legista mencionou que recém nascidos costumam ter mortes súbitas e a causa da morte de Carlos Eduardo foi concluída como “indeterminável”.

A Secretaria Municipal de Saúde, através do Comitê de Investigação Materno Infantil, também deu início a um procedimento para entender o que teria acontecido com o bebê. A primeira conduta foi afastar o médico clínico geral.

A demissão do médico não foi divulgada, mas na semana passada, em apuração de outra reportagem, a Folha FM soube através de uma entrevista com a Coordenadora de PSF, Claudiana de Azevedo, que o médico foi demitido; “não sabemos a data dessa demissão”. Segundo Claudiana, o caso já está encerrado e a conclusão é que ele não atendeu a criança da forma como deveria, mas não quis dar mais detalhes sobre o caso, nem mesmo a causa da demissão.

O Secretário Municipal de Saúde, Moacir Rosa, não foi encontrado pela nossa reportagem, para falar sobre essa demissão e os detalhes da conclusão do processo administrativo.

 Por Samira Cunha