Interditado. A inscrição está em adesivos espalhados nos veículos, portas de serviços públicos e medidores de energia elétrica, fixados e lacrados na tarde de sábado (31), a pedido do prefeito municipal Antonio José Rabelo (PSDB). Segundo os moradores, ele mandou desligar o fornecimento de água encanada, cortou a energia elétrica de todos os órgãos públicos, até mesmo da Delegacia e da Polícia Militar.
Os moradores consideraram a atitude do prefeito como abuso do poder público e por isso na manhã do primeiro dia do ano (1º de janeiro) foram às ruas em protesto contra, segundo eles, a medida autoritária.
Sob a chuva fina, a população saiu em passeata e caminhou em direção aos dois postos de abastecimento de água, abriram os registros das caixas d’água, retornando o serviço interditado. Em uma hora, o fornecimento de água voltou ao normal, mas os moradores permaneceram em protesto na praça central, com carros de som, faixas e foguetes.
Os moradores alegam que a intenção do prefeito Antonio José foi pressionar os vereadores, que votaram contrário a proposta orçamentária para o ano de 2012, apresentada pelo prefeito, na última reunião da Câmara Municipal, realizada em 9 de dezembro de 2011.
Na semana anterior a interdição, cinco vereadores da oposição percorreram o município com um carro de som, expondo com indignação à população a proposta orçamentária, estimada em um total de R$ 14 milhões.
Deste montante, R$ 195 mil previstos para custeio de advocacia e consultoria; R$ 789 mil para cultura; R$ 669 mil para esportes; R$ 155 mil para comunicações e mais de R$ 1 milhão para contratação de novos funcionários por tempo determinado.
Tanto os moradores, quanto os vereadores sustentam que o prefeito não pagou o 13° salário a uma parte dos funcionários da Prefeitura, nem efetuou o repasse de recursos para a Câmara Municipal no mês dezembro.
Ainda segundo os moradores, Antonio José determinou desde o dia 2, que outros serviços da Prefeitura como atendimento à saúde, transporte de pacientes e limpeza pública também estariam paralisados.
Para saber como está a situação nesta quinta-feira (5), ou se alguma acordo entre prefeito e vereadores foi estabelecido, a reportagem da Folha tentou falar na Polícia Militar da cidade e na Prefeitura, mas não conseguiu contato até o fechamento da edição.
Com informações jornalista Hebe Gonçalves, eleitora de São Geraldo da Piedade