O brasileiro terá que desembolsar mais para manter um tradicional hábito da alimentação tupiniquim. Não bastassem os aumentos sucessivos do feijão, o arroz já está mais caro na gôndola e vai ficar ainda mais, elevando o custo da refeição básica ao preço de um banquete.
A projeção da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) é a de que a saca de 50 kg do grão feche o ano com aumento na casa dos 40%. Entre março e este mês, a saca ao produtor já saltou de R$ 39,50 para R$ 47,50, alta de 20%.
O governo zerou ontem o imposto de importação de feijão para países de fora do Mercosul. A medida, no entanto, deve ter pouco efeito, pois o feijão-carioca, tipicamente brasileiro, praticamente não é encontrado para a importação em outros países. A cotação do dólar também não favorece a importação.
No campo
No caso do arroz, o principal problema é a menor produtividade (influenciada pelo excesso de chuvas no Rio Grande do Sul). “Além disso, houve aumento no custo de produção da safra passada, que teve a energia elétrica como o principal vilão”, aponta o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles.
A lavoura de arroz utiliza a energia elétrica para o funcionamento das bombas de água que mantêm a irrigação. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, segundo Dornelles, 100% dos arrozais são irrigados, e têm a energia elétrica como importante componente do custo.
Além disso, como muitos insumos utilizados na plantação são importados, como fertilizantes e defensivos, o aumento dos custos também foi influenciado pelo dólar, que na época do plantio chegou perto da casa dos R$ 4.
Negociação
Na próxima terça-feira, representantes dos produtores de arroz se reúnem com o governo federal para pleitear a dilatação do pagamento de dívidas. A expectativa é de um parecer positivo em relação à renegociação do prazo de vencimento dos débitos de crédito rural vencidos e a vencer, correspondentes a custeio e investimento.
Por Hoje em Dia